domingo, 6 de abril de 2008

Uma Noite

Ao cair da noite chovia intensamente, com as ruas tomadas por poças e pela água que corria pelas sarjetas. Nela dois vultos caminhavam, parecendo pouco se importar com o clima, com o horário ou com o que quer que fosse que se apresentasse naquela noite. Seus risos e comentários ecoavam por toda parte, preenchendo o vazio de sons, tendo como pano de fundo apenas o ruído natural da chuva.
Estavam encharcados, com frio, mas ainda assim satisfeitos, a noite havia transcorrido da melhor maneira possível e o fim prometia ser agradável. Pareciam ignorar os carros, os pedestres; qualquer um ou qualquer coisa que se colocasse no caminho dos dois era contornado.
Tomados apenas pela fascinação que sentiam, procuravam apenas os lábios um do outro, que mesmo gelados pela chuva, se aqueciam com o contato. As mãos tocavam cada parte de pele por baixo da roupa que podia ser alcançada, a satisfação era uma constante.
Ele a envolvia pela cintura com firmeza, como se na intenção de garantir que realmente a situação ocorria. Ela retribuía com o olhar fixo e calmo, aquele não era o momento de dúvidas.
Somente sombras na escuridão, que se contempladas se misturavam à noite, ao cair da chuva e ao silêncio ao seu redor.

3 comentários:

Tie disse...

Lindo... Como sempre...

Anônimo disse...

sem rodeios, apenas a parte bonita que vale e que fica marcada na retina
ótimo

Anônimo disse...

De tirar o fôlego.

Fiu, leia o "Manuscrito de Mediavilla"! É sério!