sábado, 8 de março de 2008

Risos

Risos por toda parte, dos seus amigos, familiares, pessoas que passavam pela rua e que sem o conhecer sabiam que se tratava de uma figura patética. Ele não agüentava mais o escárnio perpétuo, o sarro que o mundo tirava dele dia após dia, sentia-se humilhado e fraco. Tampava seus ouvidos e fechava os olhos na esperança de que os risos cessassem e esquecessem de sua existência infeliz, mas não era o que acontecia.

A cada dia os risos se tornavam cada vez mais altos e assustadores, sua cabeça latejava e sentia um nó no estômago a cada vez que pensava em abandonar seu quarto. Definhou sozinho, incapaz de sair de casa para comprar comida, ou pagar suas contas, teve sua luz e água cortada mas permaneceu incapaz de sair de casa.

No início ainda pensava em comer o que tivesse em sua moradia, nem que fossem nacos de couro ou insetos que o visitavam; água bebia da chuva. Mas em um dado momento as gargalhadas o alcançaram nestes atos espúrios, no que ele parou novamente. Só restava esperar pela morte que, felizmente, não chegou rindo.

2 comentários:

Tie disse...

They are all laughing...

Anônimo disse...

Briga contra os risos, dê socos e chutes até a exaustão. Uma hora, eles caem.