domingo, 17 de fevereiro de 2008

Balada

Adriano havia sido arrastado por seus amigos a uma balada, lá, segundo eles, ele poderia desfrutar de alguns prazeres da juventude, como beber, encontrar mulheres, ou quem sabe: até mesmo beijar.

Ao chegar ao local, percebeu as músicas que tocavam, as pessoas que lá freqüentavam e não se sentiu parte daquilo, as pessoas pareciam vazias, meros bonecos de carne que se sacudiam de um lado para o outro. As mulheres não o olhavam, parecia que ele não existia, ou se existia, era algo bem estranho e digno de ser ignorado.

Descontente com a situação em que se encontrava, Adriano procurou uma cadeira onde se sentar, de frente as pessoas que passavam por ele, contemplando o grande nada que estava a sua volta. Sentado com os braços para baixo, imaginou seus punhos se abrindo e vertendo sangue, que jorrava de um vermelho escuro, quase negro. O liquido aumentava a cada momento, circulando ao redor da cadeira onde estava sentado, já não existia som algum, apenas o piscar de luzes e imagens que se moviam ao seu redor.

Tudo que conseguia imaginar era o fim das pessoas a sua volta, da maneira que fosse, desde que deixassem de respirar e sangrassem junto.

Um comentário:

Tie disse...

Sangue... Vi bastante hoje...